Fundo musical típico, carros de luxo, uma bonita mulher de vestido e um homem de terno que nunca perde a elegância. Elementos já conhecidos dos filmes de espionagem se repetem como uma tradição em “Alerta vermelho” (2021).
Mas, se você é fã do gênero, é preciso saber que apesar de tudo isso e das muitas cenas de ação, o filme é descontraído e se torna cômico graças ao humor já conhecido de Ryan Reynolds.
Pode-se dizer que o que mais nos faz pensar em Alerta vermelho é a ‘parceria’. Sem romantizar os erros dos protagonistas, do início ao fim, o Agente John Hartley (Dwayne Johnson) e o ladrão Nolan Booth (Ryan Reynolds), aprendem a lidar com as diferenças um do outro porque aparentemente têm o mesmo objetivo. Isso já serve para refletirmos como igreja de Cristo.
Em 1 Coríntios, o apóstolo Paulo já começa o capítulo 3 repreendendo uma igreja que supostamente já tinha recebido Cristo como Senhor e Salvador. E não foi qualquer reclamação.
Paulo precisou falar com eles como se fosse a pessoas que não tinham o Espírito Santo! (versículo 1). Isso porque as ciumeiras e brigas que existiam entre eles são comuns entre pessoas que nunca se converteram.
Em oposição, olhando para a igreja de Atos, vemos um relato do que parece uma perfeita comunidade de fé: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum”. (Atos 2:42-44)
A comunhão com certas pessoas às vezes parece impossível, e é verdade que algumas são realmente difíceis. Mas se todos somos igreja de Cristo precisamos nos esforçar para viver bem juntos. Identificar o que nos une e entender que isso supera (ou precisa superar) as nossas diferenças.
Em Alerta Vermelho, Nolan Booth é o criminoso que o agente Hartley precisa ajudar a prender, até que supostamente os dois são enganados pela mesma pessoa e decidem se unir a fim de capturá-la.
Da mesma forma que um policial e um bandido devem agir de maneira completamente oposta, nossas diferenças podem parecer irreconciliáveis, ainda que na mesma comunidade de fé.
Você já ouviu falar do termo “bolha ideológica?”. De 2020 para cá tem se tornado mais popular principalmente quando se trata de política. Mesmo discordando do outro, quando sentimos uma grande dificuldade de, pelo menos, ouvi-lo, deve ser um sinal de alerta de que estamos presos dentro das nossas próprias visões de mundo.
Provérbios, entre tantas lições, vem nos ensinar a sair das nossas bolhas ideológicas, dos nossos paraísos particulares onde todos concordam conosco, e a enfrentar o trabalho em equipe.
Os desafios são reais, inclusive por causa dos nossos próprios defeitos. Mas que Deus com sua Graça nos ajude a perseverar na sua palavra e na comunhão com o próximo. A segunda é um reflexo da primeira.