É difícil associar, pelo menos imediatamente, um filme como As torres gêmeas (2006) ao amor. Pra quem nunca assistiu, não é para menos. Aliás, até mesmo para quem acompanhou os primeiros 30 minutos, depois das cenas de caos e medo, é motivo de surpresa essa conexão.
Desta vez se trata de um filme sobre o 11 de setembro de 2011, em Nova York, que não está centrado nas vítimas civis, mas na morte de tantos bombeiros, policiais e equipes de resgate que trabalharam para salvar as pessoas durante o acontecimento.
O longa traz o dilema de profissionais que ficaram entre o dever de resgatar e o de poupar a própria vida, principalmente quando se tem uma família. Neste processo, a hierarquia entre o policial Will Jimeno (Michael Peña) e seu superior, o sargento John McLoughlin (Nicolas Cage) vai se dissolvendo e dando lugar ao companheirismo.
O conceito de amor tem sido distorcido. O conectam a luxúria, hedonismo, egoísmo, entre outros equívocos. Mas o amor é sobre sacrifício e Jesus é a prova disto. Envolve renúncia, entrega, perdão.
Uma das manifestações mais poderosas do amor é a amizade. Jônatas e Davi (! Samuel 18) são o exemplo supremo no antigo testamento, mas Rute e a sua sogra Noemi (Rute 1:10) também nos ensinam.
Até poderia predominar, inicialmente, assim como entre os fuzileiros e os policiais de Nova York e nos casos bíblicos citados, o senso de responsabilidade para com o outro, mas a entrega foi se transformando em solidariedade, fraternidade e até auto sacrifício pelo próximo. Todas estas ações revelam amor, que, no fim das contas, não é um sentimento. É uma escolha.
Toda a bíblia é uma narrativa que mostra o profundo amor de Deus por nós, pecadores, e nos ensina também o quanto isto é materializado na relação com os nossos irmãos. Jesus deixou bem claro em João 13:35 “Se tiverem amor uns pelos outros, todos saberão que vocês são meus discípulos.”
Em outras religiões o bem ao próximo tem muito a ver com a nossa própria evolução pessoal, mas Cristo nos ensina sobre amor sacrificial porque Ele é assim. Não para nos tornarmos simplesmente uma melhor versão de nós mesmos, mas para parecermos com nosso Senhor e Salvador.
Este mandamento ainda causa muito estranhamento porque a Pós-modernidade exalta o relativismo moral, ou seja, todas as verdades (principalmente as bíblicas), são questionadas e desconstruídas. Mas ainda que não vivêssemos nesta época, mesmo quando cremos em Cristo, ainda somos tentados pela nossa natureza carnal a rebeldia contra Deus e consequentemente contra o próximo.
Soterrados em escombros do World Trade Center, Will e John viram que as barreiras sociais e culturais entre eles eram totalmente transponíveis. Devemos amar sinceramente uns aos outros, afinal, o amor perdoa muitos pecados (1 Pedro 4:8).