Em um dos períodos mais tensos do século XX, a Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética, na ficção de X-Men: Primeira Classe (2011) mostra que quem piorou a situação foi um perverso mutante chamado Sebastian Shaw (Kevin Bacon).
O grande vilão desse reboot quer dominar o mundo dos seres humanos comuns. E como ele faz isso? Manipulando líderes mundiais que são inimigos entre si para realizar o seu grande objetivo.
Planos de Shaw à parte, X-Men: Primeira classe não é somente um novo ponto de partida sobre a mesma história, e nem concentra todas as suas forças no carrasco. O filme mostra a complexa relação entre mutantes, seus dilemas pessoais e a interação com a sociedade, levantando diferentes reflexões e discussões.
Se, como cristãos, trouxermos para a vida, talvez possamos resumir X-Men: Primeira classe em duas perguntas: Me aceito? O que devo fazer com o que Deus colocou nas minhas mãos?
Êxodo 3:10 é um registro de quando Deus convocou Moisés para sua missão no Egito, que em seguida questiona: “Quem sou eu para ir falar com o rei do Egito e tirar daquela terra o povo de Israel?”
Se você tivesse que falar com o presidente dos Estados Unidos, por exemplo, provavelmente faria uma pergunta semelhante. Não bastasse ter que se dirigir à ele, imagina ser encarregado de dar uma notícia que iria irritá-lo! “Quem sou eu?”
Mas o problema de Moisés não era apenas o nervosismo normal que sentimos na frente de uma grande autoridade (religiosa, política, jurídica), era a dificuldade de conviver bem com seu medo de falar em público. Junte isto a uma provável falta de confiança de que seria instrumento de Deus apesar dessa barreira.
No filme, Mística e Fera não aceitam a própria aparência física, mas o segundo vai mais além e desenvolve um líquido capaz de deixá-los somente com a aparência humana. As habilidades continuariam, mas as transformações físicas acabariam.
Deus pode usar você apesar das suas limitações. Lembre também que ele chamou Davi e Jeremias quando ainda eram muito jovens. Fez de Ester, quando era rainha de uma nação pagã, uma intercessora do seu povo, os judeus. Fez de pescadores grandes pregadores do Evangelho.
A trama fala sobre a amizade entre Erik (Michael Fassbender), um homem traumatizado pelas lembranças de horrores da 2 guerra mundial e o assassinato da mãe, e Charles (James McAvoy), eterno “professor Xavier, nascido em berço de ouro, sem grandes afetos familiares e líder nato.
Dois amigos administrando uma “base” que recruta mutantes para ensiná-los sobre como controlar seus poderes e que mais tarde se torna um esquadrão para combater Shaw.
Mas Charles e Erik são muito diferentes. O primeiro é pacífico e o segundo é rancoroso e vingativo. Já que Magneto, como Erik passa a ser conhecido, sente dificuldade em perdoar Shaw pelo assassinato da sua mãe, quer utilizar suas habilidades para pagar o vilão na mesma moeda. Os seres humanos comuns também pagariam por isso porque, na mentalidade magoada de Erik, nenhum deles gosta dos mutantes.
Não erramos somente quando utilizamos de forma errada o que Deus nos deu. Quando deixamos de usar também, se formos indiferentes, passivos, acomodados, desleixados. O nosso serviço para o Reino de Deus é ativo. “Portanto, queridos irmãos, continuem fortes e firmes. Continuem ocupados no trabalho do Senhor, pois vocês sabem que todo o seu esforço nesse trabalho sempre traz proveito.” (1 Coríntios 15:58)