O jovem médico Daniel/Danny Maccabee (Adam Sandler) tinha uma carreira promissora e estava noivo. Esta ainda é, provavelmente, a definição de “bem-sucedido” mais genérica e bem aceita. Mas, como nem só de finais felizes vivem os romances, no dia de seu casamento, Daniel descobre que foi traído pela noiva, que, além disso, ia casar-se com o protagonista por interesse. Sua resposta a tamanha decepção foi deixar de levar as mulheres a sério.
Os principais gêneros de filmes carregam muitos clichês, sabemos. É uma fórmula que dá certo. Se você acha que a comédia romântica é a campeã da categoria, lembre-se dos filmes de terror mais comuns, em que o (a) protagonista (a) sempre vai de encontro ao perigo com uma faca na mão. Mas Esposa de mentirinha supera certas expectativas de um filme deste gênero.
Além das atrizes de peso, Jennifer Aniston e Nicole Kidman, e os na época atores mirins Bailee Madison e Griffin Gluck, que desempenharam com maestria seus papéis, o filme parece um dos poucos que não se equivoca sobre o conceito de amor: ele estava sempre ali, no cuidado cotidiano, na convivência com o outro com seus defeitos e qualidades. Na apreciação dos pequenos detalhes e, principalmente, na história de Danny (Daniel) com Katherine, no sentir-se à vontade com o outro para ser quem é.
Quando se entende biblicamente o que é o amor verdadeiro, quase não nos causa (ou não nos causa) espanto que tantas pessoas que não conhecem a Deus acumulem desilusões. De antemão, frisando que “amor” aqui não está restrito a romance.
Talvez devamos começar relembrando o conceito absurdamente equivocado do termo e amplamente propagado na cultura pop. Entre casais, amor ainda é confundido com paixão, esta que não necessariamente é algo ruim. O problema é que tal “amor” é compreendido como intenso no início, “cego” e com data de validade. O segundo engano vem do hedonismo, cujo deus é o prazer. O que o outro tem para me oferecer? Procuramos, por exemplo, amizades que sempre concordem com nossas opiniões, que só e digam o que queremos ouvir.
O terceiro ponto é o amor como representante das nossas idealizações. Família boa é aquela que nunca se desentende, “as pessoas sempre me frustram”, etc. Danny ficou profundamente decepcionado e segurou crenças erradas a respeito do amor. O associou a sofrimento por causa da traição. O confundiu com os erros dos outros e com suas próprias expectativas.
Sobre o tema, o versículo mais famoso do novo testamento é João 3:16, e nele o amor pode ser entendido como um ato de entrega. Sem esquecer de mencionar o famoso capítulo 13 de 1 Coríntios. No entanto, Romanos 5:8 traz outra declaração esclarecedora e incisiva: “Mas Deus nos mostrou o quanto nos ama: Cristo morreu por nós quando ainda vivíamos no pecado.” 1 João 4:19 nos ensina que conseguimos amar a Deus porque Ele nos amou primeiro!
Vivenciar o amor de Deus, este descrito na bíblia, naturalmente melhora a qualidade das nossas relações. Amá-lo precede o amar o próximo, isso já foi dito. Receber o Seu amor não nos permite ficar refém de conceitos errados sobre o assunto, pois, se entendemos tudo isto, nossas decepções não são determinantes. Em que amor temos crido? Que “amor” temos aceitado?