Um verdadeiro Pandemônio. A palavra te assusta? Alguns dos significados são “confusão”, “alvoroço” e “desordem” e, acredite, isso caracteriza muito o jogo de tabuleiro mágico do filme de 1995, criado pelo escritor norte-americano Chris Van Allsburg.
Quem assistir a nostálgica versão dos anos 90 vai ver o quão significativo é ter o protagonista Robin Williams em “Uma noite no museu” (2006). Seres inanimados (em sua maioria bichos) ganharem vida e criarem caos na cidade lembra a lógica de Jumanji.
Confusão da selva à parte, a frase que define a brincadeira é mesmo uma grande tentação: “Um jogo para quem deseja encontrar um jeito de deixar seu mundo”. É justamente o que queriam Alan Parrish (Robin Williams) e os irmãos Judy (Kirsten Dunst) e Peter (Bradley Pierce).
Jumanji a princípio sugere escape, mas se mostra uma cilada. Uma aventura impressionante e traiçoeira que traz ainda mais problemas. Longe de querer destruir sua ilusão de infância se o jogo (ou filme) fez parte dela, trazendo para nossa realidade, há sempre propostas de fuga ao enfrentamento das nossas lutas. Bebida, cigarro são as mais conhecidas, mas existem muitas outras. Não é mesmo?

Alan Parrish era um menino indefeso, sofrendo bullying pelos valentões da cidade. Judy e Peter eram crianças órfãs, tentando conviver com a ausência dos pais. Eles queriam se desconectar de suas realidades, escapar.
Um estudo realizado pela Netskope, empresa americana de software de segurança, e divulgado em 2020, afirma que cresceu 600% o acesso a pornografia durante a pandemia. De acordo com o Relatório Mundial sobre Drogas de 2021, até 2020, aproximadamente 275 milhões de pessoas utilizaram vários tipos de drogas no mundo.
Entre tantas explicações para esses dados chocantes, a necessidade de escapar da própria realidade deve ser um deles. Alguns optam por caminhos mais ‘’leves”, como Alan Parrish, outros procuram meios mais pesados, mas é fato que em algum momento da vida fugimos para não lidar com o contexto.
Elias era um profeta de Deus. Havia enfrentado e derrotado 450 “profetas” do deus Baal, até que depois disso foi ameaçado de morte pela rainha Jezabel. E fugiu.
Como pode um homem usado por Deus de forma tão grandiosa sair correndo na primeira ameaça? Como é possível alguém que cresceu na igreja e sempre serviu em sua comunidade de fé buscar a pornografia para esquecer os problemas?
Somos falhos. A santificação é um longo processo em que somos desafiados diariamente. Certamente nossas limitações não podem tornar-se desculpas para continuarmos pecando, mas precisam ser consideradas. No entanto, é triste porque o que mais buscamos revela se amamos a Deus ou não.
Jesus disse que todos os que se sentirem cansados e sobrecarregados (seja do seu pai abusivo, da mãe controladora, o chefe opressor…) devem ir até ele e receberão alívio (Mateus 11:28). E quem sentisse sede, fosse a ele e bebesse (João 7:37) Às vezes nossa história pessoal é mais pesada do que achamos que podemos suportar, mas Deus é bom, podemos e devemos correr para ele.