Uma Indústria que lucra, há anos, com a violência em seus games. Alguns, inclusive, já foram banidos do Brasil, como Carmageddon, Postal e Bully. A internet, por sua vez, ampliou o alcance e complexidade de tais jogos e serviu de lugar para o nascimento de outros, tão violentos quanto e… até perversos.
Sem correr o risco de demonizar os jogos de videogame e os virtuais, muito menos a internet em si (o problema é o que fazem por meio dela), a proposta é pensarmos sobre o que um game como Nerve – um jogo sem regras (2016) expõe sobre nós mesmos.
Nerve foi elogiado pela crítica, embora seus clichês também não tenham passado despercebidos: Venus (Emma Roberts) típica adolescente estudiosa e tímida, que na High School não é líder de torcida e nem popular de qualquer outra forma.
Quando desafiada por uma amiga a se arriscar na vida, Venus decide que tem algo a provar. Nerve começa simples: os observadores propõem desafios aos jogadores, que, se aceitarem e cumprirem tal tarefa, recebem determinado valor na conta bancária. Os desafios, no entanto, começam a aumentar à medida que o jogador vai avançando em popularidade e saldo.
Por meio de uma escada, ir de uma janela para outra a vários andares acima do solo. Ficar debruçado sobre trilhos enquanto um trem passa por cima (sem ser atingido…) e pilotar por alguns minutos uma moto de olhos vendados são alguns dos perigos a que se lançam os participantes.
É interessante ressaltar que existe uma terceira categoria além de observador e jogador, o prisioneiro. É aquele que tentou denunciar o esquema, mas teve prejuízos para além da conta bancária: uma vida controlada pelos espectadores anônimos.
No fundo, Nerve revela anseios humanos por vezes escondidos: desejo por fama, dinheiro fácil, egolatria, agir sem se importar com as consequências etc. As recompensas do jogo são mesmo prazerosas, a princípio, até que se perca a própria identidade e liberdade.
É interessante porque na bíblia, sempre que somos lembrados das nossas vidas antes de recebermos a Cristo como Senhor e Salvador, surgem descrições como “escravos do pecado (Romanos 6:20)”, “mortos em seus pecados e delitos (Efésios 2:1)”, escravos de suas paixões (Tito 3:3)”.
Somando-se a outras passagens fica claro que vivíamos perdidos, sem conhecer a Deus e consequentemente sem saber quem somos. Ora, quem não tem certeza de quem é pode ser levado a fazer (ou a provar) qualquer coisa.
Nerve, assim como qualquer outro jogo online ou offline que coloque nossas identidades e liberdades à prova, trazem à tona o que de fato carregamos dentro de nós. Tiago 1: 14 nos alertou que cada um é tentado pela própria cobiça, quando esta nos atrai e seduz. Quais as nossas paixões? O que e a quem temos tentado provar?