Se você já assistiu alguns episódios de Black Mirror e gostou, provavelmente entende a sensação de “confusão mental” que costumam provocar. A série britânica estreou há 10 anos e vem tirando o sossego ao imaginar um futuro onde a tecnologia e ficção científica reinam.  

Em Rachel, Jack and Ashley Too (5º temporada, episódio 3) não é diferente. Levanta discussões e críticas importantes sobre a indústria da música, a espetacularização na mídia, a criação dos ídolos teens e a própria adolescência e juventude, de forma geral.  

Rachel é uma adolescente solitária, sem amigos na escola e com pouquíssima interação dentro de casa. A menina é fã de Ashley O. (Miley Cyrus), jovem cantora pop que canta letras como: “Sou cheia de ambição e entusiasmo, vou conseguir o que mereço”, e parece ser tudo o que a adolescente quer ser: segura de si.  

A situação piora quando é lançada inteligência artificial da cantora. A robô se torna uma espécie de materialização da maior influenciadora da vida da adolescente e sua única “amiga”. 

Mas o que Rachel e muitos outros fãs nem imaginam, é que, nos bastidores, (sem maquiagem, fantasia e frases motivacionais) seu ídolo estava completamente infeliz. 

Em maio deste ano de 2021, o portal de notícias do jornal O globo publicou a matéria “Tem muito jovem no Brasil sonhando em ser… influenciador digital”. E por que não? Muitos estão sempre viajando, acordam cedo cheios de disposição, treinam com o próprio Personal trainer, ganham muitos presentes. São destemidos, sempre felizes e adorados! 

Hoje carecemos de boas referências. Qualquer pessoa que estoure na internet pode ser considerado um influenciador e isto é problemático. Mas, mesmo que fossem perfeitas tais pessoas que se sobressaem por seus talentos (ou qualquer outro motivo), ainda que por trás das câmeras não houvessem dilemas comuns aos seres humanos, somente Deus é digno de ser adorado (Mateus 4:10). 

Se você é cristão entende que a idolatria não está restrita ao externo, pois também podemos cair no pecado de cultuar a nós mesmos. Mas o que a reflexão propõe aqui é relembrar ter alguém como exemplo é diferente de venerar a pessoa.  

Se você anda procurando aprender com quem busca a Deus de verdade, ou mesmo quem não o conhece, mas que traz um bom conteúdo (a Graça comum), vai ou já notou, que estas pessoas não são as mais famosas. Os muitos milhões de seguidores continuam a correr atrás das más referências, das banalidades. Quantidade nunca foi qualidade.  

No entanto, mesmo nossos exemplos na caminhada da fé são falhos, continuam seres humanos pecados. Qual o benefício, então? Eles estão no processo de santificação, assim como eu e você, receberam a sabedoria e a capacidade de ensino que só Deus pode dar. Erram, mas retornam à fonte da vida abundante, Cristo, nossa inigualável referência.